A lei e a vida
Quando um militar, de baixa patente, habituado à disciplina e condicionado pela obediência, afronta um tribunal;
Quando um «pai» põe em risco a profissão e a subsistência, por amor à filha que não fez;
Quando um homem, por amor a uma criança, arrosta com seis anos de prisão e arrasta na aventura a sua mulher;
Esse homem está cego. Ou a lei. Ou a sua aplicação. Algo é um absurdo que viola a sensibilidade e desafia a inteligência.
Quando um indivíduo descobre acidentalmente que o teste de DNA, que não pediu, lhe adjudica o espermatozóide que deu origem a uma criança que desconhece e a reclama com o amor que nasce de uma análise laboratorial que lhe é comunicada,
Manda a prudência que, antes, se averigúem os sentimentos de uma criança de cinco anos (por quem saiba fazê-lo).
Parecem postergados os interesses e a vontade própria de uma menina que aguarda um drama que ainda não sonha e um destino que pode terminar em tragédia.
É grave que ao juízo dos tribunais se sobreponha o julgamento da rua, mas é igualmente grave que os tribunais percam a sensibilidade, sentimento que, salvo o devido respeito, parece ter estado ausente da, aliás, douta sentença.
Comentários
Naturalmente os pais adoptivos, deviam ter todo o direito sobre a criança, é trite verificar que o juíz, não teve capacidade para julgar e condenou um homem, por amor...
Este é uma caso que não ajuda a causa do SIM...
(Acabava-se o problema, não era?)
em jeito de interrogação, podemos interrogar-nos se a mãe da criança em causa tinha condições afectivas, sociais e económicas, para prosseguir com a dita gravidez...
Esta questão, julgo eu, não será crime...
É simplesmente arrepiante a forma como se produzem julgamentos em Portugal. Diariamente existem aberrações pelo memos iguais a esta, mas que não saltam a barreira do anonimato com aconteceu com este caso.
Há de tudo aqui: Um estado que funciona de duas formas antagónicas - a segurança social estava a par de tudo, erros de apreciação judicial, nomeadamente a qualificação do suposto crime, execesso claro de pena o que demonstra espírito persecutório e de vingança da juíza, necessidade de afirmação de uma juiza imberbe, etc. etc.
Que toda a gente reflita bem nisto tudo. Porque nunca se sabe quando vamos parar às mãos de juizes destes.
Para terminar, não liguem isto à campanha da IVG pois é de muito mau gosto. É que aquela "mãe" é de uma amoralidade gritante, só pariu... e não e exemplo para coisa nenhuma.
Mas aqui vai. Ponto Um: a justiça foi insensível a este caso, daí ter criado uma enorme contradicção entre a pena aplicada neste caso e outras aplicadas a casos bem mais graves. Segundo: ao ter aplicado a lei de forma estrita, deixou de fora o casal que tinha a seu cargo a criança. Errou. Voltar ao princípio em toda a questão é tudo o que o Estado e a Justiça podem fazer e devem fazer.