Para memória futura

Comentários

Anónimo disse…
Hugo Chavez e Mahmud Ahmadinejad têm um denominador comum na sua actividade política. Prosseguem uma ofensiva anti-americana. Chavez considera que os EUA travam o desenvolvimento da América Latina e Ahmadinejad acha que a política americana, favorecendo as estratégias israelitas, compromete o equilíbrio no Médio Oriente, onde, o Irão aspira a ser a potência regional.
Nesse sentido, resolveram atacar um ponto sensível do EUA: a política energética.
Esta deixou de estar submetida a critérios meramente económicos para passar a ser dominada por estratégias políticas. A "nacionalização" das industrias petrolíferas permite-lhes fazer isso!
Assim, na recente visita de Ahmadinejad a Caracas, resolveram criar uma companhia petrolífera mista que potencializa a capacidade de manobra no campo energético. A par disso, assinaram um acordo onde se comprometem a pressionar, no âmbito da OPEP, a redução da produção de petróleo.
Esta concertação vai fazer subir o preço do petróleo, já que a Arábia Saudita "perdeu" , ou quis abandonar, o estatuto de moderador. Os EUA começam, portanto, a pagar o preço de uma política desastrosa no Médio Oriente e de um comportamento económico "imperialista" na América Latina.
O Mundo vai sofrer as previsíveis consequencias económicas, de ricochete, isto é, via EUA.
A foto é de facto a memória futura desse acordo. Aliás, será de sublinhar que, Chavez, quando visitou Teerão em Julho 2006, recebeu a Medalha Suprema da República Islâmica do Irão e no acto aproveitou para apoiar a estratégia nuclear iraniana.
Tenta-se assim fechar um cerco aos EUA, numa área sensível da sua economia. Hugo Chavez não se coibiu de fazer uma analogia, com especial significado: "As torres do World Trade Center consumiam mais eletricidade do que quase metade das cidades da África Central e Ocidental". O sublinhar da dependência energética dos EUA, com a citação da "ferida nacional" americana - o World Trade Center, não é politicamente inocente.
A Argélia, outro produtor de petróleo e gás natural no "mundo árabe" manifestou um discreto apoio esta estratégia urdida por Chavez e Ahmadinejad. O que vem aprofundar a frente anti-americana nesta área.

Adenda:
A recente visita de Sócrates à Argélia e o acordo conseguido quanto ao fornecimento de gás natural, foi uma jogada de antecipação com sucesso. Coloca-nos, para já, um pouco à margem da "guerra energética", que se avizinha. Aquilo que se chama em política "uma lança em África".

Mas este acontecimento, não figura na foto do post, para "memória futura"...
Foi conseguido no âmbito da política euro-mediterrânica que, nos últimos tempos, tem conseguido algum desenvolvimento. Uma "escapatória" para a Europa neste previsível conflito energético...
Anónimo disse…
Cutucar a onça no seu refúgio, quando ainda tem força, não será de certeza amelhor estratégia para conseguir um mundo melhor e mais justo.
Os EUA têm que corrigir muita coisa a nível energético é verdade. Mas pela força não me parece que se consiga nada.
Resultado: Pode estar nestas movimentações o embrião duma guerra a sério pelo controlo mundial da energia. A tal 3ª guerra e quiçá a última.
Com toda a gente envolvida, desde os EUA, à Europa, à China e Japão.
Uma coisa nunca vista e que poucos poderão contar depois...
O famigerado armagedão bíblico...
Anónimo disse…
Chavez foi eleito pela maioria dos Venezuelanos, tal como Allende tinha sido pelo Chilenos, só que numa conjuntura internacional diferente.
O povo pobre da Venezuela e não só, aplaude a mãos ambas a redução da produção de petróleo, desde que por força disso, como se espera, consiga melhorar a suas condições de vida. Além do mais, sabe que esta aliança conjuntural,não o vai obrigar a virar-se para Meca e a ver as suas mulheres de Shador.

"Basta ya"
Anónimo disse…
Parece-me inadequado comparar Chavez com Allende. Pessoalmente, e até prova do contrário, estou a achá-lo muito mais parecido com Peron!
Anónimo disse…
Concordo que não é adequado comparar Chavez com Allende, nem foi isso que pretendi dizer. Apenas referi que foram eleitos pelos respectivos povos.
Quanto à semelhança com Peron, só se for no estilo, mais ou menos, populista.

"Basta ya"

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