As escolhas de Marcelo


O tempo de antena semanal do PSD tem dia e hora marcados. Marcelo tem alguns ódios de estimação mas, na proximidade das eleições, cala as raivas e transfere-as para o PS. Já perdoou aos que o sanearam da TVI, esquece agravos como bom cristão, aguarda que as eleições passem para voltar aos inimigos internos se lhe der gozo. Agora é tempo de desancar o PS.

Marcelo sabe que a mesma água não passa duas vezes debaixo das mesmas pontes, que Cristo não desce à Terra, mas tem a hipótese de se tornar a escolha óbvia da direita para disputar eleições presidenciais e, por isso, precisa de mostrar serviço sem atacar muito à esquerda do PS. Há sempre quem prefira os inimigos do inimigo principal.

Por ora, basta apoiar sempre o PR, diga o que disser, faça o que fizer, convicto de que o próprio se encarregará de destruir as condições para a reeleição. Há que apoiar a líder do PSD quando admite o bloco central e louvá-la por, logo a seguir, dar o dito por não dito. A coerência é pormenor, a lógica um obstáculo que o sorriso transpõe, a seriedade uma marca que não se exige ao comentador.

A agressão a Vital Moreira foi intolerável mas com atenuantes que não diz mas deixa subentender. Não admite que atirem copos de vinho a Sócrates pela simples razão de que em democracia não se deve fazer e nunca a outros líderes.

O PSD pode ganhar as eleições todas. Incendiou as hostes e do CDS aguardava mais apesar da fraqueza da lista. Do PS esperava menos, contava que estivesse atrás do PSD e está no limite do empate técnico. Tudo é possível.

Incluindo a falta de vergonha de um intriguista que tem lugar cativo na televisão pública para influenciar eleições sob a máscara de comentador.

Até para a semana, se ele quiser.

Comentários

e-pá! disse…
Sempre fez esquisitos malabarismos (equilibrismo) para mostrar alguma coerência;

Sempre usou dos conceitos dúbios para levar a água ao seu moinho;

Sempre fugiu às realidades mais óbvias para se refugiar em labirintos obscuros.

Aos poucos vai perdendo, enquanto comentador, a decência.

Esta foi a sua última "escolha".
polytikan disse…
mrs é um cromo da nossa medio-politica. como aperitivo aos gato fedorento, ainda servia.

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