O Dr. Rangel e as importações da crise...
Os comícios conjuntos de José Sócrates e J L Zapatero são a resposta natural e adequada a um inimigo comum de todos os concorrentes:
- a previsão de uma elevada abstenção.
Paulo Rangel, cabeça de lista às europeias pelo PSD, mostrou-se totalmente irresponsável e um político de algibeira quando classificou o encontro de J L Zapatero com Sócrates como a "comemoração da importação da crise espanhola"...
("Forum da Verdade", 24.05.09, in Expresso on line)
Não vivemos os tempos de Aljubarrota. A deterioração das relações luso-espanholas não serve, em primeiro lugar, Portugal, nem se encaixa numa Europa aberta, sem fronteiras.
O facto de a Espanha estar a sofrer uma terrível recessão com a crise só devia merecer a solidariedade de todos os portugueses.
Estamos todos no mesmo barco...
Mas para o Dr. Rangel o chefe do governo espanhol deve ter lepra.
Um político com uma visão tão curta, tão mesquinho nas suas apreciações é melhor que vá passar uns tempos a Estrasburgo.
É que, no meu entender, vamos precisar da Espanha, como ela de nós, para sair da crise.
Aliás, vamos necessitar da concertação de esforços de todo o Mundo, ou o Dr. Rangel ainda não entendeu que a crise é global?
Nessa ordem de ideias não estaremos longe de ouvir o candidato do PSD a propor o afastamento dos EUA, já que Wall Street foi o epicentro da crise e o inefável político terá receio que esta possa contaminar-nos.
Caro Dr. Rangel: Já estamos, há muito tempo, enterrados no meio da crise… Não sentiu? É um privilegiado!
Por isso, vai ser um sossego a sua ida para o PE. Espero que as sua imaturidade política - como revelou ontem - não avilte, no exterior, o nome de Portugal.
Eu não alinho na concepção de que nas campanhas eleitorais "vale tudo". Aceitar isso seria concordar que os cidadãos eleitores não merecem o mínimo respeito dos políticos.
E assim se quebraria uma imprescindível relação de confiança indispensável na política - portuguesa, europeia ou qualquer outra.
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