Prendam a polícia...
Vítor Constâncio é um técnico de altíssimo gabarito que preside ao Banco de Portugal e tem sido o garante da confiança no sector financeiro. A competência técnica e o perfil de gestor íntegro já, várias vezes, o têm indicado para vice-presidente do Banco Central Europeu, indigitação lisonjeira para o governador do Banco de um pequeno País.
No vendaval que varreu a credibilidade do sistema financeiro surgiram fraudes, burlas e branqueamento de capitais o que não havia suspeita nem antídoto e que, em todo o lado, vieram pôr em causa o modelo de supervisão e a insuficiência de meios de fiscalização que a teologia liberal impôs durante décadas.
São vários os especialistas, de vários quadrantes políticos, a asseverarem que as fraudes bancárias só são detectáveis por participação de algum elemento do pequeno grupo de gestores que têm o poder de as praticar. É pacífico que Vítor Constâncio, cujas funções e perfil o remetem à discrição, pouco poderia fazer, mais do que fez, nos casos do BCP, BPP e, sobretudo, no gravíssimo caso do BPN.
Os partidos da direita, que viram enlamear-se muitas estrelas do seu espaço ideológico, sentem-se desconfortáveis e, aflitos, ensaiam fugas em frente, misturando a polícia e os ladrões, impondo a demissão do supervisor para desviar a atenção dos prevaricadores.
Vítor Constâncio pagará o preço de estar no lugar certo na altura errada. Não lhe faltam acusadores que apenas querem encobrir a dimensão das fraudes e o eventual destino de muito dinheiro, talvez a maior preocupação, mas é uma cobardia acusar de desleixo um governador de rara competência e notável sentido de serviço público. As falhas devem-se a lacunas da lei e são comuns aos vários países europeus e EUA.
É minha convicção que o PS vai deixar imolar o governador do Banco de Portugal cuja cabeça é pedida em troca da do conselheiro de Estado, Dias Loureiro. É a cedência aos que desprezam a honra de um servidor do Estado leal, de rara dedicação, competência e prestígio, sem exigência da comprovação de falhas graves, deliberadas ou por omissão. Ou, pior, com a acusação de falha grave, cujas consequências
A independência do Banco de Portugal está a ser posta em causa pela luta partidária que passa pelo sacrifício irresponsável do actual governador.
Pedir a destituição de Vítor Constâncio é como pedir a demissão do polícia que acaba de prender um criminoso com o argumento de que o devia ter apanhado antes do crime.
No vendaval que varreu a credibilidade do sistema financeiro surgiram fraudes, burlas e branqueamento de capitais o que não havia suspeita nem antídoto e que, em todo o lado, vieram pôr em causa o modelo de supervisão e a insuficiência de meios de fiscalização que a teologia liberal impôs durante décadas.
São vários os especialistas, de vários quadrantes políticos, a asseverarem que as fraudes bancárias só são detectáveis por participação de algum elemento do pequeno grupo de gestores que têm o poder de as praticar. É pacífico que Vítor Constâncio, cujas funções e perfil o remetem à discrição, pouco poderia fazer, mais do que fez, nos casos do BCP, BPP e, sobretudo, no gravíssimo caso do BPN.
Os partidos da direita, que viram enlamear-se muitas estrelas do seu espaço ideológico, sentem-se desconfortáveis e, aflitos, ensaiam fugas em frente, misturando a polícia e os ladrões, impondo a demissão do supervisor para desviar a atenção dos prevaricadores.
Vítor Constâncio pagará o preço de estar no lugar certo na altura errada. Não lhe faltam acusadores que apenas querem encobrir a dimensão das fraudes e o eventual destino de muito dinheiro, talvez a maior preocupação, mas é uma cobardia acusar de desleixo um governador de rara competência e notável sentido de serviço público. As falhas devem-se a lacunas da lei e são comuns aos vários países europeus e EUA.
É minha convicção que o PS vai deixar imolar o governador do Banco de Portugal cuja cabeça é pedida em troca da do conselheiro de Estado, Dias Loureiro. É a cedência aos que desprezam a honra de um servidor do Estado leal, de rara dedicação, competência e prestígio, sem exigência da comprovação de falhas graves, deliberadas ou por omissão. Ou, pior, com a acusação de falha grave, cujas consequências
A independência do Banco de Portugal está a ser posta em causa pela luta partidária que passa pelo sacrifício irresponsável do actual governador.
Pedir a destituição de Vítor Constâncio é como pedir a demissão do polícia que acaba de prender um criminoso com o argumento de que o devia ter apanhado antes do crime.
Comentários
Em cheio!
na regulação, é necessário regressar à supervisão preventiva, já que a ganância sobe depressa à cabeça de muita gente.