O Referendo e a abstenção
Os analistas têm omitido, quiçá, por temor reverencial à Igreja católica ou respeito pelas posições civilizadas do patriarca Policarpo, uma causa importante da abstenção, bem inferior, por sinal, à do primeiro referendo da IVG (68,06%).
Aliás, foram menos participadas as eleições para o Parlamento Europeu em 1994, 1999 e 2004, onde a abstenção foi respectivamente: 64,46%, 60,07% e 61, 4%.
A abstenção de 56,39% pode considerar-se uma notável participação se tivermos em conta a exibição de fetos, as lágrimas de sangue da Senhora de Fátima e a ameaça de excomunhão para quem votasse SIM.
O Cânone 1331 do Direito Canónico - o Código Penal das Almas -, determina que os que votaram SIM no referendo «não podem casar, baptizar-se e nem poderão ter um funeral religioso» como explicou pacientemente o compassivo cónego Tarcísio Alves.
Esta excomunhão automática, tão grave que nem os padres a podem retirar, não impediu que 2.338.053 eleitores desrespeitassem a Igreja, cidadãos com as quais a Igreja deixará de poder argumentar nas transacções com o Estado e na chantagem dos números.
Mas não sabemos quantos eleitores, querendo votar SIM, se abstiveram para evitar a privação dos sacramentos, o ajuste de contas da próxima confissão e o medo de que lhes falte o padre no funeral.
Aliás, foram menos participadas as eleições para o Parlamento Europeu em 1994, 1999 e 2004, onde a abstenção foi respectivamente: 64,46%, 60,07% e 61, 4%.
A abstenção de 56,39% pode considerar-se uma notável participação se tivermos em conta a exibição de fetos, as lágrimas de sangue da Senhora de Fátima e a ameaça de excomunhão para quem votasse SIM.
O Cânone 1331 do Direito Canónico - o Código Penal das Almas -, determina que os que votaram SIM no referendo «não podem casar, baptizar-se e nem poderão ter um funeral religioso» como explicou pacientemente o compassivo cónego Tarcísio Alves.
Esta excomunhão automática, tão grave que nem os padres a podem retirar, não impediu que 2.338.053 eleitores desrespeitassem a Igreja, cidadãos com as quais a Igreja deixará de poder argumentar nas transacções com o Estado e na chantagem dos números.
Mas não sabemos quantos eleitores, querendo votar SIM, se abstiveram para evitar a privação dos sacramentos, o ajuste de contas da próxima confissão e o medo de que lhes falte o padre no funeral.
Comentários
Deixem lá...
O referendo parece ter despertado sentimentos estranhos e contraditórios a muitos portugueses. Desde a arrasoada de Ribeiro e Castro, às declarações da mandatária pelo "Não", a indiferença de Marcelo, ... etc.
Foram reacções a quente em cima da hora, em directo, etc.
E finalmente apareceram as asneiradas, o insuportável, o ridículo (assassino),...em prosa "elaboradamente" escrita, portanto, supostamente ponderadas.
And the winner is:
LUÍS DELGADO pelo seu artigo de opinião, de hoje, no DN, sob o título:
"E AGORA COMO VAI SER ?"
Das duas, uma:
- ou vamos todos repetir o referendo, vezes sem conta, até ele perceber;
- ou, o rapaz vai ao Sindicato dos Jornalistas e entrega a carteira profissional.
chicomartins
Já a PIDE chamava comunistas a todos os que se opunham à ditadura.
Para esse peditório já dei.
Quanto à bondade da entidade que refere não esqueça as Cruzadas, a Evangelização e as fogueiras do Santo Ofício.
Para não falar do apoio às ditaduras fascistas.
Não, não acabou nada. porventuira ficou tudo pior do que antes.
Sabem porquê? Porque em vez de se trabalha a sério para resolver os problemas do país, andamos metidos em guerras de alecrim e manjerona. Armados em gente importante, quando não temos onde cair mortos.
Proponho mais umas guerras, de imediato, para manter o pessoal ocupado e não pensar em coisas sérias: a droga, a prostituição e os direitos dos homossexuais. tudo coisas importantes para a "gente" resolver. É preciso salvar o mundo...