O referendo e a Ordem dos Médicos. Opinião de um leitor

A derrota da Igreja é um facto incontornável. No "lamber das feridas" vai evidenciar-se o sector mais radical. Falo, da Opus Dei, prelatura que se move em círculos de influência da vida pública e partidária com um tipo de intervenção aparentemente não confessional. Mais, com uma notável capacidade de manobra financeira.

Bem, estaremos aqui para ver.

Todavia, a derrota não se circunscreve à Igreja.Vejamos, por exemplo, a Ordem dos Médicos. Assente em rígidas reservas deontológicas o bastonário mais parecia um homem enfeudado às posições radicais que ao longo da campanha do "Não", foram protagonizadas por Gentil Martins, do que um representante de todos os médicos.

O bastonário deveria ter presente o que se passou com a Ordem dos Médicos, em França, alguns anos atrás, com uma situação praticamente sobreponível.A Ordem transmitiu aos portugueses uma imagem de uma organização obsoleta, fechada, incapaz de interagir com a sociedade. Enclausurou-se numa torre de marfim. Nada a ver com o Mundo.

Com isso, vai acabar por cair nas mesmas ambiguidades que todos podemos ver no célebre vídeo (YouTube) que o Prof. Marcelo protagonizou.

Assim:
- um médico ao fazer um aborto é penalizado pelo Código deontológico?
- sim!
- e o que lhe sucede?
- nada!.

a) e-pá

Comentários

Anónimo disse…
quem é o é-pá? não é nome de gente!!!
Anónimo disse…
Jorge Gusmão:

e-pá não é nome de gente, mas é um leitor com vasta cultura e excelente raciocínio.
Mano 69 disse…
Carlos Esperança ouça a vaga de fundo que se levanta sobre o e-pá!.
Não faça ouvidos de mercador.

Este post foi patrocinado pela CASA SONOTONE.
Anónimo disse…
sr. gusmão

"e-pá"?... "nickname" dum "SENHOR"!
Anónimo disse…
O e-pá é uma espécie de sabe-tudo sem, no fundo, saber nada.
Ou seja, está prontinho para ser promovido a "alguém"...
Boa viagem.
Anónimo disse…
O artigo de hoje de Vital Moreira, no Público, diz a terminar:

«O referendo não implica somente a alteração do Código Penal, mas também do Código Deontológico e do estatuto disciplinar da Ordem dos Médicos. É insustentável que a OM possa censurar deontologicamente actos médicos que deixaram de ser penalmente ilícitos, o que, aliás, foi utilizado de forma obscena pelos médicos opositores à despenalização durante a campanha do referendo. Tal como sucedeu em França, a Ordem deve proceder obrigatoriamente a essa modificação. O Código Deontológico e Disciplinar da OM não pode replicar o da associação dos médicos católicos. Os médicos contrários à legalização da IVG podem seguramente invocar o direito à objecção de consciência; mas não devem poder fazê-lo com base numa disposição deontológica sectária imposta a toda a gente. Como instituições públicas que são, as ordens profissionais não podem considerar profissionalmente ilícito aquilo que a lei explicitamente considera lícito. É tempo de desconfessionalizar e de "des-salazarar" a Ordem dos Médicos.»

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