Os espinhos da democracia


Herdeiro do Renascimento e do Humanismo, o Iluminismo fez do século XVIII o «século das luzes».

Foi o confronto dialéctico entre a cultura greco-romana, que os sábios do Renascimento retomaram, e a escolástica medieval, que o clero romano se esforçou por preservar, que fez germinar o Iluminismo.

O cepticismo de Hume, filósofo e historiador escocês, contestou os dogmas e abriu as portas à modernidade.

Hoje, com a secularização e a razão a avançarem nos países europeus, assistimos à aflita revolta dos fundamentalismos religiosos, ansiosos pelo retorno aos valores medievais.

Os milagres são a persistência no obscurantismo e uma tentativa de manipulação contra o progresso. É o desespero contra a secularização. O retorno aos dogmas e a chantagem sobre os Governos democráticos são uma obsessão das Igrejas que convocam a histeria do clero e o fanatismo dos crentes contra a modernidade.

Os mitos agradam aos crédulos enquanto a reflexão crítica é apanágio dos herdeiros do «século das luzes» que as religiões, em geral, e o Islão, em particular, se esforçam por apagar.

Está em curso uma cruzada contra a laicidade do Estado. A demência fascista do Islão devia servir-nos de alerta, mas há sempre quem recuse as evidências e pactue com os inimigos da liberdade sob a capa da tradição ou com medo do Inferno.

Comentários

Anónimo disse…
Ao senhor Carlos Esperança.

O seu texto situa-se num bom plano cultural. Mas o que é que se vai comentar? Democracia com espinhos?!... Ok, mas o modelo continua idóneo e é de preservar penso eu.

Zézé
Anónimo disse…
CE:

Não esquecer que, no que diz repeito a Portugal, nunca cá chegou a Reforma.
Antes de cá chegar já cá estava a jesuítica Contra-Reforma.
Portanto, por estes lados, acumulamos, historicamente, muitos "espinhos".

Todavia, e apesar disso, "o modelo continua idóneo e é de preservar..." como se diz no comentário anterior.
Anónimo disse…
Zézé:

Estou de acordo que «o modelo continua idóneo e é de preservar».

Apenas alerto para a necessidade de vigilância cívica para a sua defesa.

Aliás, há dois anos que mostro coerência com essa posição, partilhada por si e pelo «e-pá».
Anónimo disse…
Ao senhor Carlos Esperança.

Penso que deveria convidar, os muitos "contributors" do seu espaço a estarem atentos e vigilantes, na manutenção do modelo.
Eu estou nessa e disponível para dar o alerta face a qualquer alteração visível.

Zézé
Anónimo disse…
O modelo é bom, mas sozinho e sem ser "arranjado", cultivado, começa a quebrar.

É isso que acontece com o nosso, e que faz dele quase obsoleto, para muita gente.

Diogo.

Mensagens populares deste blogue

Divagando sobre barretes e 'experiências'…

26 de agosto – efemérides