REFERENDO - Vitória do SIM
A vitória do SIM veio resolver um grave problema de saúde pública e mostrar que Portugal já não é um protectorado do Vaticano.
Em primeiro lugar foi a vitória das mulheres, que se libertaram da clandestinidade e dos riscos que lhe estavam associados: perigo de vida, sequelas irreversíveis, devassa da intimidade, perseguições judiciais e humilhações cruéis.
Ganharam, depois, todos os que defendem uma maternidade consciente e desejada, sem estigmas nem medos. Cabem aqui os partidos de esquerda e o PSD civilizado e urbano.
Há agora condições legais para ajudar as mulheres e evitar o recurso à praga do aborto, para relançar uma política de apoio à maternidade, sem a impor, para que a gravidez ou a sua interrupção sejam medicamente assistidas e não policialmente vigiadas.
Esta é uma vitória civilizacional que coloca a legislação portuguesa a par da dos países europeus, EUA e Canadá, abandonando a companhia pouco recomendável da Polónia, Irlanda e Malta.
É também a derrota das franjas reaccionárias do espectro político, do CDS/PP expulso do Partido Popular Europeu (PPE) e do PSD rural com que o líder transitório, Marques Mendes, se quis identificar.
Finalmente o País entendeu que, com a vitória do SIM, todas as mulheres são livres de prosseguir a gravidez, ainda que corram risco de vida ou tenham um feto mal formado, mas nunca mais se impõe a alguém uma gravidez indesejada ou se obriga, sob a ameaça de prisão, a gerar um filho indesejado ou a acabar numa clínica clandestina.
Finalmente, a IVG, até às dez semanas, deixou de ser um crime e a polícia e os tribunais deixaram de estar ao serviço da moral religiosa. É a vitória da laicidade sobre a coacção confessional, a separação do pecado e do crime, a vitória do Referendo sobre o Direito Canónico.
E é, também, a vitória sobre o terrorismo da campanha do Não, com imagens obscenas e a instrumentalização dos sentimentos religiosos dos portugueses.
Em primeiro lugar foi a vitória das mulheres, que se libertaram da clandestinidade e dos riscos que lhe estavam associados: perigo de vida, sequelas irreversíveis, devassa da intimidade, perseguições judiciais e humilhações cruéis.
Ganharam, depois, todos os que defendem uma maternidade consciente e desejada, sem estigmas nem medos. Cabem aqui os partidos de esquerda e o PSD civilizado e urbano.
Há agora condições legais para ajudar as mulheres e evitar o recurso à praga do aborto, para relançar uma política de apoio à maternidade, sem a impor, para que a gravidez ou a sua interrupção sejam medicamente assistidas e não policialmente vigiadas.
Esta é uma vitória civilizacional que coloca a legislação portuguesa a par da dos países europeus, EUA e Canadá, abandonando a companhia pouco recomendável da Polónia, Irlanda e Malta.
É também a derrota das franjas reaccionárias do espectro político, do CDS/PP expulso do Partido Popular Europeu (PPE) e do PSD rural com que o líder transitório, Marques Mendes, se quis identificar.
Finalmente o País entendeu que, com a vitória do SIM, todas as mulheres são livres de prosseguir a gravidez, ainda que corram risco de vida ou tenham um feto mal formado, mas nunca mais se impõe a alguém uma gravidez indesejada ou se obriga, sob a ameaça de prisão, a gerar um filho indesejado ou a acabar numa clínica clandestina.
Finalmente, a IVG, até às dez semanas, deixou de ser um crime e a polícia e os tribunais deixaram de estar ao serviço da moral religiosa. É a vitória da laicidade sobre a coacção confessional, a separação do pecado e do crime, a vitória do Referendo sobre o Direito Canónico.
E é, também, a vitória sobre o terrorismo da campanha do Não, com imagens obscenas e a instrumentalização dos sentimentos religiosos dos portugueses.
Comentários
O Bagão emporcalhou,
O Neves ultrajou,
A Rita enferr(o)jou,
O Branco branqueou,
A Galriça respingou,
O Caldas negociou,
A Laurinda estrebuchou,
O Mendes baixou,
O Gentil engavetou,
A Ana rabulou,
O Malta fulminou,
A Kátia desafinou,
O Delgado embu(s)hou
O Portas abortou,
A Zézinha pintou,
O Santos matraquilhou,
O Policarpo cambalhotou,
O Macedo encomendou,
O Montes enforcou,
O Expresso embals(e)mou,
A Sic s(i)caneou.
O Sim Ganhou!
Já a afiar o dente meu caro cardeal?
O referendo correu-lhe muito mal.
Não desatine!
Está muito pessimista em relação ao futuro da Igreja. Muito receoso sobre o papel da Igreja na sociedade portuguesa. Ou, mais concretamente, sobre a influência da Igreja na política nacional.
Não vai ser assim tão mau.
Alguma coisa teria de ficar pelo caminho. Sempre são 2 milénios de percurso. Numa viagem tão longa há sempre extravios.
Mas, em contrapartida, vai ficar com mais tempo para se entregar ao culto religioso. Aí, pode ficar descansado, ninguém interferirá.
Agora, V. Eminência compreenderá que, a sociedade civil deixou de ser um rebanho (imagem biblica).
Nota final – solicito-lhe uma indulgência: não excomungue os muitos cristãos que votaram SIM. Isso mostrava um mau perder e fragilizava ainda mais a sua Igreja.
mais disto em http://culpadomedico.blogspot.com/
A vitória do SIM, em primeiro, último e único lugar, é um acto de justiça plena, por vir dar ao NÃO a possibilidade de exercer a sua vontade, o que não aconteceria com a vitória do NÃO que usufruindo do seu exercíco de vencedor, não permitiria a actuação do SIM. O SIM, é um voto democrático, que respeita as duas vontades expressas no voto. O SIM permite SIM ao sim e Não ao não.
O NÃO é antidemocrático.
Não percebo tanta polémica.
Zézé.
"Importa agora defender a milher e não apenas liberalizar o aborto..."
Numa frase vários "tropeções"!
Só agora - depois do referendo - é que importa defender a mulher? Antes não importava?
E não acha que essa história de "defender" a mulher não deve ser substituída por "apoiar" a mulher?
Depois, no fim desta jornada cívica, deverá ter percebido que o aborto não foi liberalizado, foi (será) despenalizada a mulher que, com certeza constrangida e perante terríveis problemas de consciência, decidir praticar um aborto até às 10 semanas.
Mais, hoje, além de despenalizar a mulher, "protegeu-se" a sua saúde, dando-lhe acesso a estabelecimento de saúde autorizado.
Depois do resultado do referendo não vale a pena continuar com enfabulações...
Votantes abaixo dos 50%, o que já era previsivel.
O Norte profundo e ilhas pelo não, mas com níveis de abstenção acima da média.
O sul pelo sim, desde Coimbra, com uma expressão vigorosa, nomeadamente o Alentejo, com forte influência PCP.
O Engº Sócrates com expressão esquisita, pois fizeram-lhe a vontade mas a vitória tem um travo amargo, pois não é espontânea mas construida politicamente.
O PSD demitiu-se de funções, nestas e porventura em muitas outras.
Uma sociedade que abdicou de discutir e deixou de ir a votos sabendo que o sim ia ganhar, porque está farta que lhe matraquilhem os ouvidos com o aborto por tudo e por nada.
Uma igreja sem expressão, enredada nas suas absurdidades sociais e religiosas, sem rumo nem norte.
Uma esquerda que conseguiu enfim o rebuçado por que tanto lutou, mas que não consegue discernir o que fazer socialmente com tal resultado.
Enfim, um triste retrato duma sociedade amorfa, envelhecida, estupidificada, pronta para tudo.
Sem bandeiras, sem causas, que põe o dinheiro acima de mais qualquer coisa.
Mau, muito mau. O que fica, mau-grado o resultado, que não discuto, é um sentimento de derrota geral da sociedade...
PORQUE SERÁ?
"O que fica, mau-grado o resultado, que não discuto, é um sentimento de derrota geral da sociedade... "
Uma visão derrotista assente num sentimento niilista que não pode ter nascido hoje (11.02.2007).
Cito-lhe Italo Calvino (Palomar):
"A vida de uma pessoa consiste num conjunto de acontecimentos no qual o último poderia mesmo mudar o sentido de todo o conjunto, não porque conte mais do que os precedentes mas porque, uma vez incluídos na vida, os acontecimentos dispõem-se segundo uma ordem que não é cronológica mas que corresponde a uma arquitectura interna"...
É isso, o seu lamento sugere um drama na arquitectura interna.
Mas a sociedade portuguesa, independentemente do referendo, mas à volta dele, abriu janelas para novas oportunidades de evolução democrática.
Diogo.
Falta lá a Matilde
Falta lá o Guterres
Já sei....
A Matilde Abortou
O Guterres enrabou...
Será?????