Óbvio ululante

O Presidente da República promulgou a lei do aborto.
O veto, além de ofensivo, seria inútil pois os votos que aprovaram a lei eram suficientes para contrariar o veto.

E não se vê que um PR cuja postura democrática tem sido irrepreensível contrariasse o sentido esmagador do resultado eleitoral manifestado pelos eleitores que votaram no respectivo referendo.

A mensagem do PR à AR não passa de uma satisfação ao seu eleitorado mais conservador.

Comentários

Anónimo disse…
Porque é que seria ofensivo vetar uma lei nascida do resultado de um referendo não vinculativo?
Manel disse…
A azia trata-se.
O país mudou depois de fevereiro, e o presidente não tinha outro remédio se não assinar.
Agora o comunicadozito, ...... a bem dizer.
ana disse…
Muito à maneira de cavaco silva, sim, pois, mas talvez. Está sempre a dar a entender qualquer coisa que não diz, a tentar agradar a todos ao mesmo tempo.Que aplicação tem na prática o conteúdo do comunicado? nenhuma.os portugueses deixaram bem expresso no referendo aquilo que querem.
Anónimo disse…
Ana:

Não se esqueça que a D. Maria aderiu ao Não. É o homem a agradar à mulher. Não é o PR.

E os derrotados foram muitos dos seus eleitores. Precisavam de uma satisfação.

Claro que ninguém compreende objectores de consciência a aconselharem uma mulher que decide abortar.

Estamos num Estado laico que a Igreja não respeita.
e-pá! disse…
A mensagem do PR à AR seria uma mera formalidade se a essência das posições nela expressas não tivessem sido aí (AR) levantadas e, na elaboração da redacção final da lei, rejeitadas.
A prosseguir nesta metodologia o mandato do PR será prolixo em mensagens à AR, já que os diplomas aí discutidos e votados, tem sempre a contestação de opositores. O normal em democracia. Ficaram de fora os diplomas aprovados por unanimidade - uma raridade!.

Finalmente, o remoque de que esta lei foi elaborada "à pressa", em minha opinião, interfere (e fere) com o sistema vigente da separação de poderes, neste caso, em questões comezinhas, como seja, a agenda política da AR.
Salvo o devido respeito, sustento que a prestação do PR, deveria ter sido, também, mais ponderada.
Em política (na boa política) não é possível agradar a gregos e troianos.
Por fim, resta sublinhar que co-habitação política não é exactamente isso ou isto!
Anónimo disse…
O diploma que despenaliza o aborto realizado por opção da mulher nas primeiras dez semanas de gravidez foi aprovado pelo PS, PCP, BE, Verdes e 21 deputados do PSD .

Que querem agora os que perderam o referendo nas urnas e na AR?

Subverter a vontade popular?

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