Poema oferecido ao Ponte Europa
Já não há cravos no jardim
O meu canto emudeceu
e já não há cravos no jardim
para iludir o desencanto ...
Encheu-se o coração com a escuridão da noite,
e já sem a esperança das novas madrugadas,
recolho-me ao santuário da memória
revivendo o que vivi
para sentir o que então senti ...
Pudera eu regressar ao dia
em que a liberdade apareceu nua,
despida dos nossos medos,
quando o mês de Abril desceu à rua,
e de, novamente, viver aquele momento mágico
de ver florir as espingardas
de cravos engalanadas ...
Pudera eu regressar ao dia
em que o Mundo despertou
ouvindo a nova canção
que o povo, libertado, cantou ...
Mas, agora, o cravo de Abril já murchou.
Ficou seco e desbotado
no regaço de quem tanto lutou ...
Alexandre de Castro - Ourém, Setembro de 2004
O meu canto emudeceu
e já não há cravos no jardim
para iludir o desencanto ...
Encheu-se o coração com a escuridão da noite,
e já sem a esperança das novas madrugadas,
recolho-me ao santuário da memória
revivendo o que vivi
para sentir o que então senti ...
Pudera eu regressar ao dia
em que a liberdade apareceu nua,
despida dos nossos medos,
quando o mês de Abril desceu à rua,
e de, novamente, viver aquele momento mágico
de ver florir as espingardas
de cravos engalanadas ...
Pudera eu regressar ao dia
em que o Mundo despertou
ouvindo a nova canção
que o povo, libertado, cantou ...
Mas, agora, o cravo de Abril já murchou.
Ficou seco e desbotado
no regaço de quem tanto lutou ...
Alexandre de Castro - Ourém, Setembro de 2004
Comentários
O 25 de Abril estará sempre presente nos nossos corações.
É na Primavera que, tal como este cravo nascem as flores. Este cravo teve o condam de nascer na Primavera e ao mesmo tempo acabar com ela, precipitando um verão quente de seca democratica.
Este cravo, não era um cravo no sentido floristico do termo. Este cravo era uma verruga.
Deixemos então cravo morrer e viveremos mais descansados
ChicoMartins
Tenho pena do meu país...
http://esperancoso.blogspot.com/
Já lá vai a madrugada dos nossos sonhos, é verdade,mas há muitos testemunhos valiosos para legar às novas gerações e essa é a nossa missão
Penso que se enquadra esta frase de Guevara, com o enquadramento devido.
Não devemos resignar nem aceitar o fatalismo que rege a nossa sociedade. Se o cravo murchou, foi porque o deixaram de regar...
Olhe, o meu também não ficou melhor, acabei por desenhar um e para o ano desenho outro, e assim reinvento-o todos os anos.