Justiça e dúvidas (2)
Freeport – Processo disciplinar a Lopes da Mota
Chamar bufos aos dois procuradores que denunciaram o colega, agora alvo de processo disciplinar, é ter uma atitude laxista perante os criminosos e demonstrar conivência com os ilícitos criminais. Não é a minha visão da participação de crimes ou do que julgamos que o possa ser. É, aliás, uma atitude louvável e corajosa.
Cobardia é a carta anónima, o boato ou a calúnia, é atirar a pedra e esconder a mão, não é dar a cara e denunciar atitudes que repugnam à consciência de qualquer cidadão.
Dito isto, ficam-me algumas perplexidades: saber qual foi a reacção individual de cada um dos magistrados que denunciaram as alegadas pressões, no momento em que foram feitas. Saber porque não admoestaram o prevaricador e, se, a seguir, o denunciaram logo ao PGR, seu superior hierárquico, como deviam.
Espero que da alegada atitude tenham feito imediatamente a queixa devida sob pena de deslealdade, disciplinar e eticamente intolerável, para com o PGR.
Restam-me ainda algumas dúvidas. Como foi possível que um activista político, que usa o álibi de presidente do sindicato para fazer oposição ao Governo, conhecesse um acto que a discrição e compostura exigidas aos magistrados deviam manter sigiloso?
Como foi possível que o PR recebesse o sindicalista que tinha feito a denúncia na praça pública e anunciado o pedido de audiência, dando cobertura a actos deontologicamente susceptíveis de crítica?
Para um leigo, fica um rasto de suspeição que vai das conversas entre procuradores até á audiência com o Presidente da República. E aceito que, salvo o truculento sindicalista, todos são pessoas de bem, incapazes de violar as normas jurídicas do estado de direito e de prejudicar o normal funcionamento das instituições.
Mas há mais coisas que a opinião pública tem o direito de saber, para lá dos interesses e intenções que terão estado na base da conduta de Lopes da Mota, interesses, intenções e autenticidade que cabe averiguar no âmbito do processo disciplinar em curso.
Depois do assassinato político de Ferro Rodrigues, habituei-me a desconfiar da isenção de pessoas que estavam acima de qualquer suspeita. É preciso saber se o SMMP pode violar o segredo de justiça e se tem acesso aos processos judiciais.
Chamar bufos aos dois procuradores que denunciaram o colega, agora alvo de processo disciplinar, é ter uma atitude laxista perante os criminosos e demonstrar conivência com os ilícitos criminais. Não é a minha visão da participação de crimes ou do que julgamos que o possa ser. É, aliás, uma atitude louvável e corajosa.
Cobardia é a carta anónima, o boato ou a calúnia, é atirar a pedra e esconder a mão, não é dar a cara e denunciar atitudes que repugnam à consciência de qualquer cidadão.
Dito isto, ficam-me algumas perplexidades: saber qual foi a reacção individual de cada um dos magistrados que denunciaram as alegadas pressões, no momento em que foram feitas. Saber porque não admoestaram o prevaricador e, se, a seguir, o denunciaram logo ao PGR, seu superior hierárquico, como deviam.
Espero que da alegada atitude tenham feito imediatamente a queixa devida sob pena de deslealdade, disciplinar e eticamente intolerável, para com o PGR.
Restam-me ainda algumas dúvidas. Como foi possível que um activista político, que usa o álibi de presidente do sindicato para fazer oposição ao Governo, conhecesse um acto que a discrição e compostura exigidas aos magistrados deviam manter sigiloso?
Como foi possível que o PR recebesse o sindicalista que tinha feito a denúncia na praça pública e anunciado o pedido de audiência, dando cobertura a actos deontologicamente susceptíveis de crítica?
Para um leigo, fica um rasto de suspeição que vai das conversas entre procuradores até á audiência com o Presidente da República. E aceito que, salvo o truculento sindicalista, todos são pessoas de bem, incapazes de violar as normas jurídicas do estado de direito e de prejudicar o normal funcionamento das instituições.
Mas há mais coisas que a opinião pública tem o direito de saber, para lá dos interesses e intenções que terão estado na base da conduta de Lopes da Mota, interesses, intenções e autenticidade que cabe averiguar no âmbito do processo disciplinar em curso.
Depois do assassinato político de Ferro Rodrigues, habituei-me a desconfiar da isenção de pessoas que estavam acima de qualquer suspeita. É preciso saber se o SMMP pode violar o segredo de justiça e se tem acesso aos processos judiciais.
Comentários
PR devia suspender seu "dever de reserva", em nome do "normal funcionamento das instituições", da sua responsabilidade primeira.
abraço
e responder a todos aquelas situações dubias referidas neste comentario...
DESCULPEM, ESQUECI-ME DE CONCLUIR COMENTARIO ANTERIOR
ABRAÇO
Quem dera a todos os leigos de Portugal terem o QI, a capacidade de reflexão e o espírito crítico que revela.
Não teríamos um Bush, teríamos direito a um Obama.