Momento de poesia
Poeira
Não é para que me leias,
Que verto neste papel
O sangue das minhas veias.
Se me leres, é coincidência.
É porque o destino impele,
Sem a minha conivência,
Por trilhos indesejados,
Esses versos mal rimados,
Letra por letra inspirados
Na raiva da sua ausência.
Escrevo não sei a quem,
Nem porquê, nem com que fim.
Mas sinto que me faz bem,
Se a sós contigo converso,
Traindo o que vai em mim.
Gosto de escrever em verso,
P’ra mentir mais à vontade,
Para ocultar a verdade,
Que há por trás da tempestade
Em que a rimar me disperso.
Eu sei lá por que é que escrevo!
É talvez uma defesa.
Só escrevendo me atrevo
A vencer a timidez
Da minha eterna incerteza.
Vivo à mercê de um Talvez,
Que é talvez o desespero
De não saber o que quero
E forçado a ser zero
À espera da minha vez.
E ao sabor da consonância,
Escrevo e não digo nada.
É um murmúrio à distância,
Uma vibração sem onda,
Uma mensagem cifrada.
É possível que eu me esconda,
Na poeira do que digo,
Só para não correr perigo
De encontrar algum amigo,
Que me entenda e responda…
Armando Moradas Ferreira
Não é para que me leias,
Que verto neste papel
O sangue das minhas veias.
Se me leres, é coincidência.
É porque o destino impele,
Sem a minha conivência,
Por trilhos indesejados,
Esses versos mal rimados,
Letra por letra inspirados
Na raiva da sua ausência.
Escrevo não sei a quem,
Nem porquê, nem com que fim.
Mas sinto que me faz bem,
Se a sós contigo converso,
Traindo o que vai em mim.
Gosto de escrever em verso,
P’ra mentir mais à vontade,
Para ocultar a verdade,
Que há por trás da tempestade
Em que a rimar me disperso.
Eu sei lá por que é que escrevo!
É talvez uma defesa.
Só escrevendo me atrevo
A vencer a timidez
Da minha eterna incerteza.
Vivo à mercê de um Talvez,
Que é talvez o desespero
De não saber o que quero
E forçado a ser zero
À espera da minha vez.
E ao sabor da consonância,
Escrevo e não digo nada.
É um murmúrio à distância,
Uma vibração sem onda,
Uma mensagem cifrada.
É possível que eu me esconda,
Na poeira do que digo,
Só para não correr perigo
De encontrar algum amigo,
Que me entenda e responda…
Armando Moradas Ferreira
Comentários
Eis a liberdade de expressão com que vc está a cimentar a estrada para o fascismo(i.e,o poder absoluto do dinheiro-o vosso deus,pq não é só o ICAR q é obsoleto e anacrónico).Vª Excª tb o são crentes na justiça do mais forte e,logo responsáveis pelo estado a que chegámos.se este país está assim tal deve ser assacado à falta de rigor ,responsabilidade,falta de honorabilidade,incompetência e claro,ao esbulho da propriedade pública com proveito para a sua seita de eleitos,já que os votantes nos vossos partidos corruptos são uns pobres tristes pq só se enterram
Não costumo responder a insultos nem a prosa que não compreenda cabalmente, mas não posso deixar de responder ao que me parecem insinuações:
1 - Nunca pertenci ao PCP nem estive inscrito em qualquer partido apesar da minha longa militância cívica;
2 - Nunca recebi um cêntimo do Estado fora do meu vencimento de professor, profissão que abandonei em 1971 por razões económicas, tendo passado a trabalhar numa espresa privada;
3 - O uso da palavra «fascismo» pelo anónimo comentador resulta do desconhecimento do que foi o fascismo ou é usada com absoluta má-fé.
4 - O comentário é absolutamente desajustado ao post e só não o apaguei para que não pensasse que os insultos pessoais me impedem de intervir civicamente da única maneira que sei - pela palavra.