BCP – Opus Dei – Nova Democracia

Pouco importa ao Ponte Europa o que se passa num banco privado, salvo se é grande o escândalo, perigosas as conexões e suspeitas as ligações políticas.

O perdão de 12 milhões de euros ao filho do presidente do Conselho de Administração do BCP é ainda mais estranho do que o empréstimo sem garantias. Que o filho e o pai sejam membros do Opus Dei, à semelhança do delfim Paulo Teixeira Pinto, caído em desgraça, é uma coincidência que faz soar as campainhas de alarme de quem se lembra dos escândalos espanhóis Rumasa e Matesa, protagonizados pelo Opus Dei.

Quem não esquece que o governo do ditador Franco ao tempo dos referidos escândalos era formado por vários membros do Opus Dei, instituição sempre ligada ao capital financeiro e à santidade, bem como à extrema-direita e aos dois últimos papas, recorda a falência fraudulenta do Banco Ambrosiano onde o Vaticano perdeu muito dinheiro e credibilidade.

Deste último sabe-se que o dinheiro foi usado para o sindicato polaco Solidariedade e para ajudar alguns ditadores sul-americanos mas a falência custou a vida ou a liberdade a Robert Calvi, Lúcio Gelli, Michele Sindona e ao arcebispo Marcinkus que João Paulo II nunca deixou extraditar para ser julgado em Itália.

Claro que os casos referidos nada têm a ver com o banco de Jardim Gonçalves mas o facto de o filho, a quem foi perdoada tão grande dívida, ter sido fundador e financiador do Partido da Nova Democracia (PND) põe um homem a pensar.

Comentários

Anónimo disse…
E acha que o dinheiro foi parar á nova democracia ?
Anónimo disse…
Uma vergonha quanto a mim, se tal perdão (???) for dado.
Que dirão os clientes do Banco em questão?.
Veremos o episódio seguinte, de mais uma telenovela "à Portuguesa"; últimammente têm "produzido" algumas, que só lamento não sabermos todos nós o seu fim.
Opus Dei - Como Sociedade Secreta que é, sei lá se não terá realmente uma "mãozinha, ou várias" neste vergonha.
Anónimo disse…
E os biltres de Bilderberg o que são?Não são da mesma massa?a dos terroristas que estão ao leme da res publica?É o que se se diz:cuspir para o ar...
e,o somos tão tão democratas que não queremos ouvir a massa de consumidores(na vossa gíria pseudo democrata)na questão da constituição da europa(tratado,2º o vosso paleio).
andrepereira disse…
CE: Dicordo. Numa economia (social) de mercado, regulada por um Estado de Direito, o que se passa na banca, em qualquer banco, diz respeito a todos os cidadãos!
Está em causa a credibilidade das instituições financeiras e com isso muito da economia nacional.
Temos agora de estar atentos a ver o que as autoridades competentes farão...
Anónimo disse…
Começa bem a posta: o que se passa num Banco privado, em primeira linha, só aos seus accionistas e clientes interessará...
Depois as habituais referências ao Opus Dei, enfim, são as mesmas que habitualmente se fazem (noutro plano) à Maçonaria, ambas "sociedades" mais secretas que o BCP.
E qual o papel dos Revisores Oficiais de Contas do Banco (e dos accionistas que aprovaram as contas, das quais seguramente consta o alegado perdão)?
e-pá! disse…
Os Bancos além de venderem dinheiro (normalmente caro), necesitam de aparecer perante os seus eventuais clientes com um predicato que é fundamental:
a credibilidade.
Se há uma coisa que o BCP vem, desde há largos meses, paulatinamente, perdendo é isso.
E não existem bolsas de valores para fornecerem essas cotações.
Anónimo disse…
Concordo com André Pereira. A mim importa-me, e muito, o que se passa num banco privado em Portugal,pelas mesmas razões que alega André Pereira. Mas mais. Não esqueçamos que em Portugal o Estado protege a banca, com impostos muito mais baixos que os que pagam os cidadãos comuns e as empresas.E é para isto? Por isso me repugnou o comentário do ministro das Finanças quamdo disse que o Governo não interferia na banca privada, o que é mentira. O Governo interfere, protegendo-a. Mas obviamente compreendi o comentário. Afinal, onde trabalhava o ministro antes? E não é verdade que tem sido denunciada a grande promiscuidade que existe entre os políticos e o capital financeiro? A razão principal da nossa crise é aqui que reside, não nos trabalhadores, no meu ponto de vista. Já argumentei sobre esta minha posição num texto publicado no blogue avenidadaliberdade.com. É a banca especulativa que desbarata a riqueza nacional e desincentiva o investimento produtivo. O episódio do BCP é bem um exemplo disso mesmo. E o Governo fecha os olhos! Pudera!
Anónimo disse…
O problema disto tudo é que tb eu sou accionista deste banco e por acaso cliente! se por um lado com este perdão ao filho do sr. administrador deixei de ganhar 0,00001 centimos de lucro a que tinha direito e sinto-me por isso espoliado e enganado, por outro lado tenho a certeza absoluta que se não pago o emprestimo da minha casa que eles nem pestenajam para executar a hipoteca!!
Anónimo disse…
Ahh. e esquecia-me é uma boa maneira de ganhar dinheiro esta das dividas incobraveis, pois entram no irc para descontar. Quem é que se averbatou à ganância?? Não faz mal... duas porradas nos costados lá para as 7h00 da matina com o silicio e a contrição esta feita.
Anónimo disse…
Nacionalize-se a merda da banca!Mais nada,estamos fartos de chulos
Anónimo disse…
Há por aí algum especialista em economia ou finanças?
Tenho o meu vencimento e o meu empréstimo de habitação no BCP.
Estou preocupado. Com ou sem razão?
Anónimo disse…
È interessante notar que o Dr. Teixeira Pinto, pouco tempo antes de saír do BCP, saíu da Opus Dei;e,ao que parece, saíu zangado, pois não se limitou a não renovar os votos: declarou expressamente que se retirava. Não sei quais os motivos que invocou; mas a coincidência temporal das duas demissões não pode deixar de fazer suspeitar que têm relação uma com a outra. A ser assim, como parece, é evidente a escandalosa promiscuidade entre a direcção do BCP e aquela sinistra Obra.
desculpeqqc disse…
Qual romance, qual carapuça... adoro as histórias deste país

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